Na nona audiência pública sobre a renovação dos contratos de pedágio no Paraná, realizada na noite de quinta-feira (06) em Campo Mourão, o deputado estadual Marcio Pauliki manteve a postura contrária à prorrogação dos contratos atuais, que têm vigência até 2021. Segundo ele, o caminho seria a realização de uma nova licitação. Integrante da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio no Paraná, Pauliki defende que os preços cobrados pelas concessionárias sejam justos e equilibrados. Os preços cobrados são exorbitantes. Muitas vezes a gente fica acostumado porque faz 20 anos que está assim. Mas será que é normal a concessão somar 20 anos e ainda estar faltando 40% das obras? Alguém acredita que ficarão prontas até o fim da concessão?, indaga o parlamentar. O deputado também ressalta que é essencial ter transparência nos serviços públicos. Temos que pensar no que é melhor para a sociedade. Temos que nos unir nesse momento. Não vamos deixar passar esse projeto de prorrogação dos contratos, afirma. Pauliki salienta ainda que os valores altos cobrados pelas concessionárias atingem toda a população. Todos estão pagando por esse pedágio, já que tem o preço do frete que está inserido nos preços das mercadorias, diz. O deputado Ademir Bier, coordenador da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio no Paraná, também afirma ser contrário a qualquer tipo de prorrogação dos contratos, independentemente dos termos que venham a ser propostos. Em duas décadas, foram realizadas 40% das obras prometidas, 20% estão em execução e 40% nem começaram. Primeiro, cobramos para que essas obras sejam realizadas dentro do prazo. E também defendemos que seja realizada uma nova licitação, sem a prorrogação dos atuais contratos, aponta. O diretor presidente da Coopavel, Dilvo Groli, também marcou presença no evento e reforçou ser contrário ao atual modelo dos contratos de pedágios. É preciso fazer uma nova licitação e dar chance para que outros participem do processo e que possam oferecer preços justos. A prorrogação pura e simples não pode acontecer. Queremos ter transparência. O preço da soja não sobe e o pedágio não baixa o preço. Nas 10 praças de pedágio de Foz do Iguaçu a Paranaguá, por exemplo, o produtor deixa 14 sacas de soja, afirma. A Frente A Frente Parlamentar Contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio no Paraná é um grupo suprapartidário composto por 30 deputados, sob a coordenação de Ademir Bier. A finalidade específica é acompanhar e defender o cumprimento dos investimentos e compromissos assumidos pelas concessionárias de pedágio e lutar contra a prorrogação dos atuais contratos. A frente discute a Medida Provisória nº 752/2016, que estabelece regras para a relicitação de concessões que tenham sido devolvidas pelas empresas concessionárias de forma amigável ao Governo Federal, assim como para a prorrogação de contratos, e ainda abre a possibilidade de prorrogação antecipada de contratos que tenham 80% dos seus planos de investimentos cumpridos. A proposta, que depende de aprovação do Congresso Nacional para continuar em vigor, foi a forma encontrada pelo Governo Federal para garantir novos investimentos nos modais de transporte e otimização dos custos logísticos. No Paraná, o principal impacto que está preocupando diferentes setores da economia é justamente a possibilidade de prorrogação dos atuais contratos de pedágio do chamado Anel de Integração, composto por seis rodovias.