Sou filho de uma professora aposentada e lembro, de ainda criança, acompanhar a sua luta diária por uma escola pública de qualidade.
Por ser testemunha do trabalho de minha mãe e por respeito a todos os professores e servidores é que fui o primeiro deputado a usar a tribuna para me manifestar contra a comissão geral e votei não ao projeto de lei 252/2015 que provocou mudanças no Paranaprevidência. A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) recebeu, na última quarta-feira (27), a mensagem do Executivo com relação ao reajuste da data-base dos servidores. De acordo com a proposta, a inflação de maio a dezembro de 2014, o equivalente a 3,45% de reajuste, será reposta ainda neste ano. A reposição será feita em três parcelas, de 1,15% cada, a serem pagas em setembro, outubro e novembro.
O governo do estado também prevê a antecipação da data-base para janeiro, atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de janeiro a dezembro de 2015. A previsão é de que o reajuste de janeiro seria de 8,5 %, pago em uma única parcela. A mensagem que chegou do Executivo foi muito aguardada e deverá ser apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de entrar em votação no Plenário.
O que me preocupa agora é o prazo estipulado pelo governo. A antecipação da data-base é uma boa proposta, mas o parcelamento do reajuste de 3,45% e a correção para os 8,5% jogada para o ano que vem é passível de discussão na Alep. Pedi durante a sessão plenária para que o projeto não seja levado a regime de urgência, pois vários itens e artigos, com certeza, serão alvo de emendas. O parcelamento com pagamento apenas a partir de setembro é insuficiente perto das consequências negativas do ajuste fiscal do estado no poder de compra do cidadão paranaense, incluindo os mais prejudicados que são os servidores.
Na próxima segunda-feira, foi agendada uma reunião da base independente, da qual faço parte, para discutir as mudanças na proposta que devem ser feitas para garantir os direitos dos servidores sem deixar de lado o bom andamento do estado. A presidência da Alep anunciou que vai abrir mão de R$ 87 milhões do orçamento da Casa para garantir o reajuste salarial do funcionalismo público. O governo enfrenta dificuldades financeiras e o legislativo está dando a sua contribuição para colocar um fim à greve. O momento é de buscar um entendimento, com razão e técnica. A greve é justa, pois defende direitos conquistados, mas a sua longevidade tem prejudicado a todos, sejam eles servidores, alunos, pais, prestadores de serviços e demais cidadãos. A reposição da inflação já é uma unanimidade entre todos os deputados estaduais, ela é de bom tom ao governo dentro de suas possibilidades orçamentárias. Mais uma vez, a bancada independente conseguiu convencer toda a Casa.
Fiquei feliz ao ver que a liderança do governo entendeu e trabalhou pelo reajuste de, no mínimo, 8,17% aos servidores e que deputados da base aliada conseguiram sensibilizar o governo nesse sentido. É bom saber que todos estão buscando por um entendimento e acredito que sempre há tempo de se corrigir os rumos. O que não podemos permitir é que o governo do estado comece a concorrer com as lojas de varejo, oferecendo o reajuste em 10 vezes sem acréscimo! Leia mais sobre esse assunto: http://folhacentrosul.com.br/outras-noticias/7927/marcio-pauliki-diz-que-a-greve-e-justa-e-que-e-hora-de-buscar-o-entendimento