Marcio Pauliki - Compromisso com você
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Como começam as revoluções

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Alta dos impostos em momentos de crise econômica. Esse é o atual cenário do estado do Paraná. Esses dois ingredientes já estiveram juntos em vários momentos da história com grandes consequências para a humanidade. Na França, em 1789, o clero e a nobreza não pagavam impostos e recebiam pensões do Estado. A economia francesa passou por uma forte crise, além disso, secas e inundações fizeram com que os preços dos alimentos subissem. Para contornar a situação, o Rei Luís XVI aumentou a carga de tributos do povo, em vez de fazer cobranças ao clero e a nobreza. A população, que sofria com a fome e a miséria se uniu para lutar contra o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero. Esse foi o estopim da Revolução Francesa. A carga tributária elevada e a economia em retração estão no início das grandes revoluções da história da humanidade. Sempre que o povo é pressionado com impostos, chega um momento em que a população não aguenta mais e dá um grito de basta. No Paraná, a administração estadual parece estar ignorando os sinais que os cidadãos estão enviando. Os consumidores de 396 municípios do Paraná pagarão 14,62% mais caro pela energia elétrica a partir do próximo dia 24. O reajuste anual foi autorizado na última terça-feira (16) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele se refere à correção anual prevista no contrato de concessão da distribuidora. Para o setor industrial, o aumento médio será de 15,61%. A alta atingirá 4,3 milhões de unidades consumidoras. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), cerca de 48% da conta de luz é imposto. Em março, um reajuste extraordinário elevou as tarifas da Copel em 31,87%. Ele foi permitido para compensar custos dos encargos que eram bancados pelo Tesouro e o gasto extra para a compra de energia de Itaipu. Em 2013 e 2014, Aneel aprovou reajustes que foram segurados em parte pelo governo do estado. Depois de suportar um aumento brutal de 2013 para cá, a expectativa é que o consumidor passe a arcar com altas mais suaves nos próximos anos. Nos últimos dois anos, a conta de luz do paranaense mais que dobrou, o reajuste foi de 104%. Esse cálculo não inclui o impacto da bandeira tarifária vermelha, cobrada quando há restrições na geração hidrelétrica e que, hoje, impõe um adicional de R$ 5,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Assim como fez no passado, o estado poderia segurar esse último reajuste anunciado pela Copel. Em junho de 2013, a estatal foi autorizada a aplicar um reajuste de 14,61%, mas o estado negociou e alta ficou em 5%. No ano passado, o reajuste médio aprovado pela Aneel foi de 35% e o governo do estado permitiu um aumento de apenas 10,1%. Nesse momento econômico difícil para o cidadão paranaense, subsidiar esse aumento por um tempo seria importante. Os cidadãos paranaenses já deram o recado que não aguentam mais pagar tantos impostos e que consideram o aumento abusivo. A conta de luz também tem um impacto forte no setor industrial e prejudica a produção dos mais diversos bens de consumo. Espero que o governo do estado tenha a sensibilidade de segurar mais esse reajuste para que o cidadão paranaense possa respirar aliviado. Leia mais sobre esse assunto: http://www.blogdodoc.com/coluna-do-pauliki-como-comecam-as-revolucoes/